Tesla fecha acordo de US$ 16,5 bilhões com Samsung para produção de chips de inteligência artificial nos EUA
Tesla fecha acordo de US$ 16,5 bilhões com a Samsung para produzir chips de IA no Texas, reforçando sua liderança em veículos autônomos e robótica.
TECNOLOGIA


O setor de tecnologia acaba de testemunhar um movimento estratégico que pode redefinir a corrida global por chips de inteligência artificial. A Tesla firmou um acordo bilionário com a Samsung, avaliado em US$ 16,5 bilhões, para a produção dos novos chips AI6, que serão utilizados nos projetos mais ambiciosos da montadora, como veículos autônomos, robôs humanoides e sistemas de supercomputação.
O acordo Tesla e Samsung cobre o período de 2025 a 2033, e marca um avanço importante na meta de Elon Musk de reduzir a dependência de fornecedores estrangeiros — especialmente asiáticos — na cadeia de suprimentos de tecnologia de ponta.
Samsung fabricará chips de IA da Tesla em fábrica no Texas
O contrato prevê que a produção dos chips será realizada na nova unidade fabril da Samsung Electronics localizada em Taylor, no Texas, EUA. A fábrica, que está em fase final de construção, tem previsão de início das operações para 2026 e será dedicada majoritariamente à fabricação dos chips AI6 desenvolvidos pela Tesla.
Os chips serão utilizados nos sistemas de direção autônoma dos carros da empresa, no projeto Robotaxi — serviço de táxis autônomos —, e nos robôs humanoides da linha Tesla Optimus. Além disso, os chips servirão para turbinar o poder de processamento do Dojo, o supercomputador da Tesla, focado em treinar modelos avançados de inteligência artificial.
Essa movimentação estratégica reforça a visão de Elon Musk: transformar a Tesla de uma simples fabricante de veículos elétricos em uma gigante da inteligência artificial e robótica autônoma.
Elon Musk confirma o acordo com envolvimento direto na produção
O fundador e CEO da Tesla, Elon Musk, confirmou publicamente o acordo por meio de sua conta na plataforma X (antigo Twitter). Segundo ele, a Tesla será diretamente beneficiada não apenas pelo fornecimento, mas também pela eficiência produtiva. Musk disse que irá “caminhar pessoalmente pela linha de produção” na fábrica da Samsung no Texas para garantir que tudo funcione dentro dos padrões esperados.
Essa atuação direta de Musk não é novidade. O empresário já participou ativamente da construção e operação das Gigafactories da Tesla e da linha de montagem da SpaceX. Agora, ele se envolve também na indústria de semicondutores — setor estratégico que ganhou protagonismo nos últimos anos, principalmente após a crise global de chips que afetou desde montadoras a fabricantes de smartphones.
Impacto imediato no mercado: ações disparam
O anúncio do acordo entre Tesla e Samsung teve impacto imediato nas bolsas. As ações da Samsung Electronics tiveram uma valorização de mais de 6% no dia seguinte à revelação do contrato — a maior alta em quase um ano. Já os papéis da Tesla subiram aproximadamente 1,5% nas negociações pré-mercado dos Estados Unidos.
Essa resposta positiva mostra que o mercado enxergou o acordo como um avanço importante tanto para a Tesla quanto para a Samsung. Para os investidores, o contrato representa estabilidade no fornecimento de componentes críticos e uma ampliação da presença das duas empresas em setores estratégicos da nova economia.
Samsung se reposiciona na disputa com a TSMC
Para a Samsung, o acordo com a Tesla é uma vitória significativa. Atualmente, a empresa sul-coreana é a segunda maior fabricante de chips do mundo, mas está bem atrás da líder global TSMC (Taiwan Semiconductor Manufacturing Company), que detém cerca de 67% do mercado mundial de chips por encomenda. A Samsung, por outro lado, controla cerca de 7,7% desse setor.
A nova fábrica no Texas e o contrato com a Tesla oferecem à Samsung a oportunidade de reconquistar espaço e reduzir o prejuízo acumulado em sua divisão de chips, que somava mais de US$ 3 bilhões no primeiro semestre de 2025.
Especialistas do setor consideram esse acordo como um divisor de águas para o reposicionamento estratégico da Samsung no mercado de semicondutores avançados, especialmente nos Estados Unidos.
Chips AI6: o cérebro da nova geração de IA da Tesla
O chip AI6, desenvolvido internamente pela Tesla, será o mais potente já criado pela empresa. Ele será fundamental para alimentar:
O Full Self-Driving (FSD): sistema de direção autônoma avançado;
Os robôs humanoides da linha Optimus, voltados à automação de fábricas e serviços domésticos;
O supercomputador Dojo, que usa bilhões de horas de vídeos captados pelos carros Tesla para treinar modelos de visão computacional.
Com a fabricação local, a Tesla conseguirá manter o controle total sobre o desenvolvimento, o fornecimento e a evolução desses chips, evitando os gargalos logísticos e riscos geopolíticos que ameaçam a cadeia de suprimentos asiática.
Acordo amplia soberania tecnológica dos EUA
Além do aspecto empresarial, o acordo entre Tesla e Samsung também tem implicações geopolíticas. Os Estados Unidos estão investindo pesadamente na retomada da produção de chips avançados em solo nacional, como parte de uma estratégia de segurança e soberania tecnológica.
Com a construção de fábricas de semicondutores em estados como Texas e Arizona, e com a ajuda de subsídios do governo norte-americano por meio do CHIPS Act, os EUA buscam reduzir a dependência da Ásia — especialmente de Taiwan e China.
A parceria entre Tesla e Samsung está perfeitamente alinhada com essa política e representa um passo importante rumo à autonomia estratégica no setor de inteligência artificial e robótica.
Principais benefícios do acordo Tesla e Samsung
Segurança de fornecimento: A Tesla garante fornecimento estável de chips essenciais para seus projetos.
Redução de riscos geopolíticos: Produção nos EUA evita dependência de países com tensões políticas.
Avanço na robótica: Chips AI6 permitem que projetos como o Robotaxi e o robô Optimus saiam do papel com desempenho superior.
Recuperação da Samsung: Empresa sul-coreana ganha novo fôlego na disputa global por contratos de fabricação de chips.
Geração de empregos nos EUA: A nova fábrica da Samsung em Taylor deve empregar milhares de trabalhadores norte-americanos qualificados.
FAQ – Perguntas Frequentes sobre o acordo Tesla e Samsung
1. Qual é o valor do acordo entre Tesla e Samsung?
O contrato tem valor estimado em US$ 16,5 bilhões e cobre o fornecimento de chips de inteligência artificial entre 2025 e 2033.
2. O que são os chips AI6 da Tesla?
São chips de nova geração desenvolvidos pela Tesla para alimentar seus sistemas de IA, como carros autônomos, robôs e supercomputadores. São mais potentes que os chips AI4 e AI5 usados atualmente.
3. Onde serão fabricados esses chips?
Os chips AI6 serão produzidos na nova fábrica da Samsung em Taylor, no Texas, com início previsto para 2026.
4. Por que a Tesla escolheu a Samsung como fabricante?
Além de já manter parceria anterior (com os chips AI4), a Samsung oferece estrutura fabril nos EUA, o que atende à estratégia de Musk de reduzir riscos geopolíticos e melhorar a logística.
5. Como o acordo impacta o mercado de semicondutores?
Fortalece a Samsung na disputa com a TSMC, e ajuda os Estados Unidos a ampliar sua soberania na produção de chips avançados.
6. O que Elon Musk disse sobre o contrato?
Musk confirmou o acordo e afirmou que participará pessoalmente da otimização da linha de produção, garantindo eficiência e qualidade no processo.
7. Esse acordo impacta o preço das ações da Tesla e Samsung?
Sim. Após o anúncio, as ações da Samsung subiram cerca de 6%, e as da Tesla tiveram alta de 1,5% nas negociações iniciais do mercado norte-americano.
8. Esse contrato faz parte de uma nova estratégia da Tesla?
Sim. A empresa está se transformando em uma plataforma de inteligência artificial e robótica, indo além da produção de carros elétricos.
O acordo entre Tesla e Samsung para a produção de chips de IA representa mais do que uma transação bilionária: é um marco na consolidação da Tesla como empresa de tecnologia avançada e no reposicionamento da Samsung como fornecedora global de semicondutores.
Em um mundo cada vez mais digital e dependente de IA, controlar a produção de chips é sinônimo de poder. E tanto Elon Musk quanto a Samsung sabem disso. Esse movimento promete redefinir o futuro da robótica, da automação e da inteligência artificial — com um toque americano e coreano.