Robôs e automação industrial revolucionam setor de alimentos em 2025

Na Fispal Tecnologia 2025, robôs inteligentes e sistemas automatizados ganham destaque e mostram o futuro da indústria de alimentos e bebidas no Brasil.

TECNOLOGIA

Uberaba digital

6/25/20256 min ler

Robôs e automação industrial revolucionam setor de alimentos em 2025
Robôs e automação industrial revolucionam setor de alimentos em 2025

🤖 Robôs inteligentes e automação ganham protagonismo na indústria de alimentos na Fispal Tecnologia 2025

A edição 2025 da Fispal Tecnologia, considerada a maior feira da América Latina para o setor de alimentos e bebidas, evidenciou de forma clara uma mudança definitiva na forma como o setor industrial enxerga o uso da tecnologia. Realizada entre os dias 24 e 27 de junho no São Paulo Expo, o evento mostrou que a automação industrial e os robôs inteligentes não são apenas tendência, mas realidade pulsante nas linhas de produção.

Mais do que exibir máquinas e sistemas automatizados, o evento foi uma verdadeira vitrine de inovação prática, com demonstrações ao vivo de robôs colaborativos, inteligência artificial aplicada à produção e soluções sustentáveis que unem eficiência e economia de recursos. Tudo isso se refletiu nos corredores lotados de empresários, engenheiros, técnicos e curiosos, todos com os olhos voltados para o futuro da produção alimentícia no Brasil e no mundo.

Um novo tempo para a automação industrial

Não é exagero dizer que a automação deixou de ser apenas um “diferencial competitivo” e passou a ser uma exigência do mercado. O que antes estava restrito às grandes corporações, agora se mostra acessível a empresas de médio porte e até pequenos produtores. Um dos pontos mais comentados da feira foi a presença de robôs que dispensam a necessidade de programação complexa, sendo operados por interfaces simples em tablets ou smartphones.

A empresa suíça Stäubli, por exemplo, apresentou sua célula de paletização com robôs programáveis por aplicativo. A instalação e operação são tão intuitivas que podem ser realizadas por colaboradores da própria linha de produção, sem a necessidade de conhecimentos avançados em robótica. Isso representa uma mudança radical no acesso à tecnologia: agora, empresas que antes não conseguiam investir em automação por falta de equipe técnica capacitada podem entrar na nova era digital.

Robôs com inteligência para agir com autonomia

Outra grande estrela do evento foi a presença de robôs equipados com inteligência artificial e sensores de visão 3D. As demonstrações revelaram que essas máquinas não apenas repetem comandos, mas “aprendem” com os movimentos e se adaptam às necessidades da produção.

Um exemplo prático foi a aplicação de IA em balanças automatizadas, como o modelo Prix 7T da Toledo do Brasil, que identifica o item colocado sobre a plataforma, sugere o nome do produto e interage com o operador por comando de voz. A aplicação dessa tecnologia vai muito além do autoatendimento em supermercados. Ela permite reduzir falhas humanas, agilizar processos e aumentar a produtividade em ambientes como padarias, frigoríficos e empacotadoras.

Os robôs industriais também demonstraram sensibilidade no manuseio de produtos delicados, como queijos e carnes, ajustando automaticamente a pressão e o posicionamento conforme a textura e a densidade do material. Isso é possível graças à integração com sistemas de visão computacional e aprendizado de máquina, que permitem ao robô interpretar o que está à sua frente e tomar decisões em tempo real.

Segurança e precisão com tecnologias de imagem

A segurança alimentar foi outro tema fortemente abordado na feira. Sistemas de inspeção baseados em raios X e visão artificial foram apresentados como alternativas mais eficazes e seguras que os detectores de metais tradicionais. Um dos diferenciais está na capacidade desses equipamentos de identificar materiais como vidro, ossos, borracha e plásticos, algo que os métodos convencionais não conseguem fazer com precisão.

As novas soluções utilizam sensores de última geração com emissões controladas de radiação, garantindo segurança para o operador e para o ambiente de produção. Em uma era em que consumidores exigem cada vez mais transparência e rastreabilidade dos alimentos que consomem, essas tecnologias se mostram indispensáveis para garantir qualidade, evitar recalls e preservar a reputação das marcas.

Robôs colaborativos quebram barreiras na indústria

Se em anos anteriores os robôs ainda eram vistos com certa distância – seja por custo, complexidade ou receio do impacto sobre os empregos – a edição 2025 da Fispal mostrou que a robótica colaborativa é uma aliada direta da mão de obra humana.

O robô IRB 2600 da ABB, montado sobre uma plataforma AGV (Veículo Guiado Autônomo), foi um dos grandes destaques. Ele pode se locomover sozinho pelo ambiente industrial, realizando tarefas de forma coordenada e segura graças ao sistema SafeMove2, que identifica a presença de humanos ao redor e ajusta a operação para evitar acidentes. Equipado com câmeras, sensores e um braço robótico com garra inteligente, ele realiza tarefas com precisão milimétrica, seja na linha de montagem, embalagem ou transporte interno.

Outro robô que chamou atenção foi o YuMi, também da ABB, projetado para trabalhar lado a lado com seres humanos. Em uma demonstração interativa, ele preparava e servia sorvetes personalizados aos visitantes, mostrando que a robótica colaborativa já é uma realidade prática – inclusive em ambientes não industriais, como serviços e atendimento ao público.

O papel da Indústria 4.0 na eficiência e sustentabilidade

Mais do que tecnologia por tecnologia, a automação vista na Fispal está alinhada com os conceitos da Indústria 4.0: sistemas conectados, inteligência de dados, rastreabilidade e sustentabilidade.

Empresas como Siemens e ABB apresentaram plataformas completas de monitoramento em tempo real, capazes de identificar falhas antes mesmo que elas ocorram. A manutenção preditiva, cada vez mais popular, evita paradas inesperadas e reduz drasticamente os custos de operação.

A conectividade entre equipamentos permite uma leitura precisa de todos os dados do processo produtivo: temperatura, velocidade, consumo energético, desperdício de matéria-prima e produtividade por turno. Com essas informações, é possível otimizar recursos, reduzir impactos ambientais e entregar mais com menos.

Estudos apresentados durante a feira mostram que a adoção plena de tecnologias da Indústria 4.0 pode representar uma redução de até 20% nos custos operacionais em fábricas de alimentos e bebidas, além de ganhos significativos na qualidade final do produto e na competitividade global.

Inclusão digital e capacitação: os novos desafios

Se por um lado a tecnologia avança em ritmo acelerado, por outro surge um desafio igualmente importante: preparar as pessoas para lidar com esse novo cenário. O evento dedicou espaços especiais a treinamentos, demonstrações educacionais e capacitação de profissionais para operar e programar os novos sistemas automatizados.

O recado foi claro: o futuro da indústria não depende apenas de robôs mais avançados, mas também de trabalhadores mais preparados. A transformação digital precisa ser acompanhada por inclusão digital. Nesse sentido, empresas e instituições de ensino técnico têm papel fundamental na criação de cursos, oficinas e programas de capacitação voltados à realidade do chão de fábrica.

Mercado aquecido e perspectivas para o setor

Com mais de 450 expositores e uma movimentação intensa durante todos os dias da Fispal Tecnologia, o evento confirmou que o mercado de tecnologia para alimentos e bebidas está em plena expansão. Dados da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) apontam que o segmento de automação industrial cresceu 11% em 2024 e deve manter ritmo acelerado em 2025, puxado principalmente pela demanda de indústrias médias e pela digitalização de pequenas plantas.

Com um consumidor cada vez mais exigente e um cenário regulatório mais rígido, a automação deixou de ser uma alternativa e se tornou necessidade. Além de garantir qualidade e produtividade, ela é a chave para atender exigências como segurança alimentar, rastreabilidade, sustentabilidade e entrega rápida.

A próxima década será marcada pela consolidação desses avanços. E eventos como a Fispal Tec desempenham um papel crucial: conectar soluções inovadoras com quem precisa delas no dia a dia.

FAQ – Robôs e automação na indústria de alimentos e bebidas

O que é automação industrial na indústria de alimentos?
Automação industrial é o uso de tecnologias como sensores, robôs, sistemas de controle e softwares para realizar tarefas de produção com menor intervenção humana. Isso inclui processos como embalagem, pesagem, corte, inspeção de qualidade e transporte interno.

Os robôs substituem os trabalhadores?
Na maioria dos casos, os robôs não substituem, mas complementam o trabalho humano. Robôs colaborativos, por exemplo, foram projetados para atuar lado a lado com pessoas, realizando tarefas repetitivas, perigosas ou de alta precisão. A automação também gera novos empregos na área técnica e de gestão de processos.

Qual o papel da inteligência artificial na automação?
A inteligência artificial permite que máquinas interpretem dados em tempo real, identifiquem padrões, façam previsões e tomem decisões com base nas informações recebidas. Na indústria de alimentos, ela é usada para identificar falhas, ajustar processos automaticamente e garantir padronização.

É caro automatizar uma linha de produção?
O custo da automação varia conforme o tamanho da operação e os objetivos da empresa. No entanto, novas soluções modulares e de fácil operação têm tornado o investimento mais acessível, mesmo para pequenas e médias empresas.

A automação melhora a sustentabilidade?
Sim. A automação permite o uso mais eficiente de energia e matéria-prima, reduz o desperdício e melhora o controle sobre o uso de insumos. Além disso, contribui para a rastreabilidade dos processos e a redução de impactos ambientais.

Se você gostou deste conteúdo, acesse também o Portal Uberaba Digital para mais informações sobre transformação digital e inovações na indústria brasileira.