Microsoft negocia novo acordo para manter acesso à IA da OpenAI após AGI

Microsoft quer garantir acesso à tecnologia da OpenAI mesmo após conquista da AGI

A parceria entre Microsoft e OpenAI, uma das mais influentes do setor de inteligência artificial, está prestes a entrar em uma nova fase. De acordo com informações reveladas pelo TechCrunch em 29 de julho de 2025, a Microsoft estaria em negociações avançadas com a OpenAI para garantir o acesso contínuo à sua tecnologia, mesmo após a tão esperada conquista da AGI — sigla para Artificial General Intelligence (Inteligência Artificial Geral).

Essa movimentação estratégica indica que a Microsoft não pretende ficar de fora da próxima grande revolução tecnológica. Se o acordo for fechado, ele pode redefinir os rumos da inteligência artificial comercial e moldar o futuro da relação entre big techs e startups inovadoras.

O que está em jogo na parceria?

Hoje, a Microsoft já detém uma participação significativa na OpenAI, estimada em cerca de 49% dos lucros limitados. Ela também é responsável por fornecer infraestrutura de nuvem via Azure, alimentando os produtos mais populares da OpenAI, como o ChatGPT, e integrando os modelos da empresa em ferramentas como o Microsoft Copilot, o Office 365, o GitHub Copilot e o próprio Windows 11.

Porém, o contrato atual contém uma cláusula que limita o acesso da Microsoft à tecnologia da OpenAI caso a startup atinja certos marcos — incluindo o desenvolvimento de uma AGI ou o alcance de metas financeiras específicas.

Ou seja: caso a OpenAI avance significativamente rumo à inteligência artificial de nível humano, a Microsoft pode, paradoxalmente, perder o acesso ao que ajudou a construir.

Para evitar isso, os executivos da empresa estão propondo um novo acordo que estenda esse acesso, mesmo que a AGI seja atingida. O objetivo é manter a colaboração estratégica e garantir que os produtos Microsoft continuem incorporando os modelos mais avançados da OpenAI.

A OpenAI está mudando de estrutura

Outro ponto importante é que a OpenAI está em processo de reestruturação. A empresa deve se transformar em uma public benefit corporation — um tipo de organização com fins lucrativos, mas que também visa gerar impacto social positivo.

Essa mudança permitirá à empresa atrair novos investimentos e até mesmo considerar um IPO no futuro. No entanto, isso exige revisar acordos anteriores, inclusive com a Microsoft.

Com a nova estrutura, espera-se que a Microsoft passe a ter entre 30% e 40% de participação acionária na entidade que controlará os direitos sobre a tecnologia desenvolvida pela OpenAI. Essa negociação pode abrir caminho para uma colaboração ainda mais sólida — ou gerar tensões, caso as partes não cheguem a um consenso.

Por que a AGI é tão importante?

A AGI representa um nível de inteligência artificial capaz de executar qualquer tarefa cognitiva que um ser humano possa fazer, com igual ou superior desempenho. Esse conceito é o “Santo Graal” da IA, e empresas como OpenAI, Google DeepMind e Anthropic estão em uma corrida silenciosa para alcançá-lo.

A OpenAI, inclusive, já indicou que seus modelos estão “no caminho” para a AGI — embora ainda não haja um consenso técnico sobre o que exatamente define esse ponto de virada.

Por esse motivo, a definição de AGI tornou-se uma peça central nas negociações. Afinal, como estabelecer limites contratuais baseados em um conceito tão abstrato e mutável?

Riscos e tensões envolvidas

Esse debate traz consigo riscos regulatórios, jurídicos e éticos. A própria OpenAI já enfrentou críticas sobre a falta de transparência e de governança em seus processos decisórios, especialmente após a crise de liderança em 2023 que envolveu a saída temporária de Sam Altman.

Além disso, Elon Musk, cofundador da OpenAI, abriu um processo contra a empresa em 2024, alegando que ela teria abandonado sua missão original sem fins lucrativos e se aliado em excesso à Microsoft. Esses conflitos mostram que, por trás do entusiasmo com a IA, existem disputas de poder e visão.

A reformulação do contrato com a Microsoft pode ser uma tentativa de equilibrar inovação e controle, mantendo a OpenAI financeiramente viável sem perder sua autonomia.

Qual o impacto disso no mercado?

Se o acordo for bem-sucedido, a Microsoft continuará a liderar a integração de IA em larga escala por meio de suas plataformas. Isso também manteria o Azure como o principal destino para aplicações baseadas em IA, algo que é estratégico na competição com Amazon AWS e Google Cloud.

Para a OpenAI, um novo contrato pode significar mais liberdade para buscar financiamento, crescer internacionalmente e inovar em ritmo acelerado — sem a limitação de contratos antigos que não acompanham a evolução da tecnologia.

Esse movimento ainda reforça uma tendência do setor: as big techs não querem apenas consumir IA, mas controlar suas bases tecnológicas.

📌 FAQ – Entenda melhor o que está acontecendo

O que é AGI e por que ela é importante?
AGI (Inteligência Artificial Geral) é uma forma de IA capaz de realizar qualquer tarefa intelectual humana. É considerada o próximo grande salto tecnológico após os modelos de linguagem atuais.

Por que a Microsoft pode perder acesso à tecnologia da OpenAI?
Porque o contrato atual prevê a limitação do uso da tecnologia caso a OpenAI atinja AGI ou certos resultados financeiros. Isso foi incluído para proteger a missão da OpenAI, mas agora precisa ser renegociado.

O que muda com a nova estrutura da OpenAI?
A empresa deixará de ser apenas uma entidade limitada com fins sociais e passará a ser uma "public benefit corporation", o que a permite levantar capital como uma empresa normal, mas com compromissos públicos claros.

Qual o papel da Microsoft no desenvolvimento da OpenAI?
A Microsoft forneceu bilhões em infraestrutura e integração com seus produtos, permitindo que a OpenAI evoluísse seus modelos em escala global.

Essa negociação pode afetar os usuários do ChatGPT ou Copilot?
Não imediatamente, mas garante que os usuários continuem tendo acesso às versões mais poderosas da IA, especialmente em serviços como Word, Excel, GitHub, entre outros.

🔎 Fonte original da notícia: TechCrunch
✍️ Post publicado por: uberabadigital.com