Apple desenvolve motor de respostas com IA para revolucionar Siri e Safari
Apple trabalha em um sistema de respostas com IA próprio, que pode transformar Siri, Safari e Spotlight com respostas mais inteligentes, seguras e integradas. Veja o que vem por aí.
TECNOLOGIA


Apple prepara motor próprio de respostas com IA e pode transformar Siri e Safari
A Apple está silenciosamente desenvolvendo um novo motor de respostas com inteligência artificial — uma tecnologia que promete entregar informações diretamente aos usuários, sem depender de mecanismos de busca externos. De acordo com informações do TechCrunch, a empresa montou uma equipe especializada e iniciou o recrutamento de talentos com experiência em algoritmos de busca, geração de linguagem natural e recuperação de informações.
Esse movimento da Apple sinaliza uma virada importante no seu ecossistema digital. Ao criar seu próprio sistema de respostas, a empresa pode integrar de forma mais profunda recursos de IA no Siri, Safari e Spotlight, oferecendo experiências mais inteligentes, rápidas e personalizadas.
Um novo time para uma nova era: Answers, Knowledge & Information
Internamente, a Apple estruturou uma equipe chamada Answers, Knowledge and Information (AKI), liderada por Robby Walker (ex-diretor de produto da Siri) e supervisionada por John Giannandrea, executivo responsável pela estratégia geral de IA na empresa.
O objetivo desse grupo é criar um motor capaz de buscar e sintetizar informações da internet, no estilo do ChatGPT, mas com a abordagem centrada em privacidade e integração nativa que caracteriza os produtos da Apple.
Esse novo sistema pode assumir diversas formas: desde um app independente com respostas geradas por IA até funcionalidades embarcadas nos produtos já existentes, como a assistente Siri, o sistema de buscas Spotlight ou o navegador Safari.
Por que a Apple quer controlar seu motor de respostas?
Atualmente, o Siri pode usar o ChatGPT em determinados contextos, fruto de uma parceria com a OpenAI. No entanto, esse acordo não garante autonomia à Apple — e a empresa, conhecida por seu controle rígido sobre cada elemento de seu ecossistema, vê nisso uma limitação estratégica.
A construção de um sistema proprietário de IA responde também a uma demanda crescente por privacidade, confiabilidade e integração entre dispositivos. Ao dominar todas as camadas do sistema — desde o chip Apple Silicon até o software de IA — a Apple pode entregar uma experiência mais fluida, personalizada e segura.
Além disso, há uma possível motivação comercial: reduzir a dependência de sistemas de busca como o Google, com quem a Apple mantém um contrato bilionário para ser o buscador padrão no iOS. Esse contrato vem sendo alvo de ações antitruste, o que torna ainda mais estratégica a iniciativa de um motor próprio de busca e respostas.
O que muda para o usuário?
A principal transformação está na maneira como os usuários vão acessar informações. Em vez de receber uma lista de links, como ocorre em buscas tradicionais, o novo sistema da Apple poderá oferecer respostas diretas, contextualizadas e conversacionais.
Imagine perguntar ao Siri “qual é o melhor momento para plantar tomates em clima tropical?” e receber uma resposta detalhada, com referências e recomendações específicas — sem precisar abrir uma página da web. Esse é o tipo de experiência que a Apple pretende entregar.
Essa capacidade pode ser expandida para outras áreas do sistema, como:
Spotlight: respostas imediatas em vez de redirecionamentos.
Safari: resumos gerados por IA ao lado dos resultados de busca.
Notificações: sugestões proativas baseadas em comportamento.
Uma IA com o selo Apple de privacidade
Um dos principais diferenciais dessa tecnologia será a infraestrutura focada em segurança e privacidade. A Apple já anunciou que sua estratégia para IA passa pelo conceito de “Private Cloud Compute”, uma arquitetura que mistura processamento local com servidores próprios — sem depender de nuvem pública de terceiros.
Isso significa que os dados do usuário serão protegidos com criptografia de ponta a ponta, e as respostas geradas pelo sistema de IA terão como base informações processadas com alto nível de confidencialidade.
Esse posicionamento reforça a proposta da Apple de entregar IA com responsabilidade, em contraste com empresas que usam modelos hospedados em servidores abertos, onde dados pessoais podem ser acessados ou treinados sem consentimento claro.
Potencial aquisição da Perplexity AI
Segundo analistas do setor, a Apple também estaria estudando a aquisição da Perplexity AI, uma startup focada em mecanismos de resposta com IA generativa. Estima-se que o negócio poderia ultrapassar os US$ 30 bilhões — um valor alto, mas considerado justificável pelo potencial estratégico que a tecnologia agregaria ao portfólio da Apple.
A compra aceleraria o desenvolvimento de funcionalidades como:
Respostas multimodais (texto, imagem e voz);
Busca generativa nativa no Safari;
Siri com respostas mais humanizadas e complexas;
IA que aprende com o contexto do usuário de forma privada e local.
Especialistas da Wedbush consideram essa aquisição um “no-brainer” para a Apple, caso queira competir diretamente com Microsoft e Google, que já incorporaram IA generativa em seus produtos principais.
O que vem por aí
Embora a Apple não tenha divulgado oficialmente o roadmap do projeto, os sinais indicam que a tecnologia começará a ser testada ainda em 2025, com recursos mais avançados previstos para 2026. Isso coincide com as promessas anteriores da empresa, que indicavam uma reformulação da Siri com IA generativa até esse período.
O sistema de respostas deve chegar de forma gradual, inicialmente em países como Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha, e expandir posteriormente conforme as leis de privacidade locais permitirem.
As contratações em andamento e os vazamentos de documentos internos reforçam que o projeto não é apenas uma ideia experimental — trata-se de uma prioridade estratégica de longo prazo.
Comparativo: Siri atual vs Siri com motor de respostas
Recurso Siri atual Siri com IA própria (prevista) Tipo de resposta Limitada, baseada em regras Conversacional e contextual Integração com web Baixa Alta, com base em IA generativa Privacidade dos dados Alta Ainda mais segura (Private Cloud) Capacidade de aprendizado Limitada Adaptativa e personalizada Tempo de resposta Médio Rápido, com compreensão semântica Disponível em apps do sistema Sim, mas fragmentado Integrado em Safari, Spotlight, Siri
FAQ — Perguntas Frequentes
1. Esse motor de respostas será um app separado?
Possivelmente, mas a Apple tende a integrá-lo a serviços já existentes. A tendência é que seja um motor invisível para o usuário, operando por trás da Siri, do Safari e do Spotlight.
2. A Siri vai mudar totalmente?
Sim. A nova Siri usará linguagem natural, entenderá melhor o contexto e responderá com IA gerativa — muito além dos comandos básicos atuais.
3. Quando essa tecnologia estará disponível?
Alguns recursos devem aparecer em 2025, mas o lançamento completo está previsto para 2026, dentro do cronograma da reformulação da Siri.
4. Como isso afeta o acordo da Apple com o Google?
Com seu próprio motor, a Apple poderá negociar novos termos com o Google ou até substituí-lo como buscador padrão, reduzindo a dependência de rivais.
5. Essa IA é melhor do que o ChatGPT?
A proposta é diferente. Enquanto o ChatGPT é uma plataforma aberta, a Apple busca uma IA altamente integrada, privada e funcional dentro do ecossistema dela.
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Image Credits:Nikolas Kokovlis/NurPhoto / Getty Images